Lanterna Verde: A Série Animada foi subestimada

Se fosse para definir Lanterna Verde: A Série Animada (Green Lantern: The Animated Series) em apenas uma única palavra, esta seria subestimada. O termo se aplica em todas as frentes, sejam o telespectador como os produtores, em especial eles.

Começando pelos telespectadores, a animação em CGI espantou diversas pessoas. O preconceito com tal método de produção é frequente na TV, contrariando o que ocorre nos cinemas, onde animações em computação gráfica costumam atrair mais público do que as tradicionais em 2D. Claro que isso se deve ao fato da menor verba em seriados televisivos, o que em geral significa menor qualidade.

Particularmente também sofro desse preconceito e sou um ferrenho defensor da animação em 2D. Sim, preferia que Lanterna Verde: A Série Animada tivesse sido produzida como o filme Lanterna Verde: Primeiro Voo (Green Lantern: First Flight), mas não é o CG que compromete a série. Aliás, ele se encaixa melhor com histórias cósmicas do que algo mais terrestre, como será o caso de Beware the Batman (estou com os dois pés atrás com essa série).

Parece que os produtores da Warner Bros. também sofrem desse preconceito. Apesar do GIGANTE potencial que Lanterna Verde tem, acabaram desenvolvendo as tramas de forma rasa, mal aproveitando os plots interessantes de ambos os arcos da primeira e única temporada da série, que em tese dariam ótimas histórias. Diria até que o estúdio mandou frear qualquer aprofundamento maior, querendo deixar tudo o mais simples possível em equilíbrio as demais série em CGI.

Ainda que Lanterna Verde: A Série Animada tenha problemas, este texto não se propõe em massacrar a produção exibida pelo Cartoon Network. Muito pelo contrário, a série teve o privilégio de entrar na minha minúscula lista de animações em CGI televisivas favoritas, que até então tinha apenas Beast Wars / Machines e Guerreiros das Sombras (quem é da época do bloco Talismã vai lembrar).

Apesar da diferença em relação a Justiça Jovem, que teve tramas melhores exploradas (em particular da primeira temporada, já que a segunda contou com menos episódios), Lanterna Verde não é ruim. A série é ótima para assistir chegando em casa cansado do trabalho/estudo, mas não te fará criar teorias ou discutir episódio com amigos. O que você assiste acaba ali.

O maior problema foi, sem dúvida, o descaso da Warner. Assim como no filme live action, Lanterna Verde: A Série Animada recebeu pouca atenção. Não há como negar que o universo da tropa é tão rico quanto Star Wars, que recentemente foi comprado pela Disney por bilhões de dólares, no entanto, o estúdio insiste em dar pouca prioridade a franquia e desiste dos projetos cedo demais.

Não era o momento de cancelar a série, uma segunda temporada poderia ser a chance de aprofundar mais a história. O arco da “Aya Monitor” já demonstrava que a animação evoluía em relação ao da guerra com os lanternas vermelhos.Porém, infelizmente, Lanterna Verde: A Série Animada acabou com um final clichê e com ponta solta. Sem entrar em maiores detalhes para não soltar spoilers, o último episódio ficou aquém das expectativas.

Agora, quantos anos será que teremos de esperar para ver uma nova adaptação? Pelo visto só teremos a oportunidade de ver algum membro da tropa fora dos quadrinhos em alguma produção da Liga da Justiça. Até lá, para o grande público (leigo, claro), o Lanterna Verde será apenas o héroi gay da DC Comics.